Líderes e produtores do agro comentam expectativas para o Plano Safra 20/21.
De acordo com o economista-chefe da Farsul, para o setor continuar sendo a locomotiva do Brasil, é preciso juros menores para os produtores
17 de junho de 2020 às 15h35 Por Canal Rural
O Canal Rural transmite nesta quarta-feira à partir das 16h30 a cerimônia de divulgação do Plano Safra 2020/2021. No Sul do país, produtores e lideranças do agro esperam que as taxas de juros para o novo ciclo sejam mais baixas.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, afirma que é inaceitável que as taxas de juros para o financiamento sejam maiores que a taxa Selic e pede mais recursos ao seguro rural.
“Espero que o Plano Safra tenha recursos para atender, tanto a demanda de investimento como de custeio. Precisamos de taxas de juros condizentes com o momento do país, além de recursos suficientes para o seguro rural e Proagro, que precisam ser melhorados. Sabemos a importância de um seguro, principalmente nós do Rio Grande do Sul que sofremos com uma severa estiagem, precisamos que o seguro seja reforçado e que seja o suficiente para atender os produtores, com a participação do Governo Federal”, comenta Carlos Joel.
Já o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), Paulo Pires, espera que o Plano Safra 2020/2021 venha em encontro às expectativas do setor neste momento de pandemia da Covid-19, facilitando a produção de alimentos e exportações. “É importantíssimo que o governo tenha sensibilidade e entenda que precisamos de recursos para que a gente possa continuar produzindo alimentos para a população brasileira e para ser exportado. Então nós precisamos de um Plano Safra robusto, melhor que o anterior”, comenta Pires.
O economista chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz reforça também a importância de reduzir os juros para os produtores rurais. “Os juros nos patamares atuais estão muito elevados e existe sim espaço para essa redução, se quisermos que o Brasil tenha como locomotiva o agronegócio, é preciso termos juros menores”
Marcos Augusto Vicari, de Descanso (SC), faz parte da terceira geração de agricultores da família, seu pai construiu a propriedade com o uso de recursos públicos, onde construiu galpões e comprou maquinários agrícolas. Na propriedade são produzidos frangos de corte, entregues para a cooperativa Aurora.
Marcos comenta sobre os estragos que sofreu com o tornado do dia 10 de junho, e pede que o anúncio do Plano Safra venha com facilidades para quem precisa reconstruir e produzir, assim como ele. “Gostaríamos que neste ano, com o lançamento do Plano Safra, possa haver uma redução na taxa de juros e facilitações quanto as linhas de crédito. Peço que levem em consideração a importância da avicultura na alimentação da pessoas e na economia do país”.
Para o avicultor, Gilmar Rodrigues, da cidade de Pontão (RS), o novo plano precisa de juros menores e regras mais acessíveis. “O que esperamos para esse Plano Safra, é que a burocracia diminua, muitos produtores querem investir mas não conseguem devido a isso. Eu produzo frango desde 1999, já fiz vários financiamentos com juros insustentáveis e precisei prorrogar parcelas porque eu não tinha como efetuar o pagamento”, comenta o produtor.